O primeiro-ministro britânico Keir Starmer e o presidente francês Emmanuel Macron anunciaram um acordo bilateral para enfrentar o aumento das travessias ilegais de migrantes pelo Canal da Mancha. As informações são da BBC.
O plano, descrito como “inovador”, prevê que migrantes que chegarem ao Reino Unido por pequenas embarcações serão detidos e devolvidos à França, enquanto um número equivalente de pessoas poderá entrar legalmente no país por rotas seguras e controladas. O piloto do programa deve começar nas próximas semanas.
Starmer destacou que o acordo representa uma mudança significativa na cooperação entre os dois países para combater o tráfico de pessoas e a imigração irregular, que classificou como um problema global e europeu. O premiê britânico ressaltou que o esquema visa “quebrar o modelo” das travessias ilegais e que, se for bem-sucedido, será ampliado.
Macron, por sua vez, afirmou estar “totalmente comprometido” com a implementação do plano e enfatizou a necessidade de adaptação das respostas diante das novas estratégias dos contrabandistas.
O presidente francês também criticou o impacto do Brexit na gestão migratória, afirmando que a saída do Reino Unido da União Europeia eliminou acordos legais que facilitavam o retorno de migrantes à França, o que teria incentivado o aumento das tentativas de travessia.
O novo acordo busca restabelecer um mecanismo legal para o retorno e, ao mesmo tempo, abrir caminhos seguros para pessoas com vínculos familiares no Reino Unido, evitando que tentem a entrada ilegal.
Além do combate à imigração irregular, os líderes destacaram a importância de ações conjuntas para enfrentar as causas profundas do fenômeno, como o desmantelamento de redes de contrabando e o fortalecimento da cooperação com países de origem dos migrantes.
Macron também anunciou o reforço da segurança nas fronteiras francesas, com o aumento do efetivo para 1.200 agentes dedicados ao controle das travessias marítimas.
O acordo entre Reino Unido e França também inclui a coordenação inédita dos seus sistemas de dissuasão nuclear, reforçando a parceria estratégica entre as duas nações.
Starmer e Macron ressaltaram que a colaboração vai além da segurança migratória, abrangendo áreas como tecnologia, comércio e defesa, em um momento de desafios geopolíticos e econômicos na Europa.
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