Após a vitória por 4 a 3 sobre o Manchester City, o vestiário do Al-Hilal virou uma festa. A premiação extra anunciada pelo presidente Fahad bin Nafel fez o grupo explodir de alegria. O valor não foi revelado, mas, para se ter uma ideia da generosidade do dirigente, em dezembro de 2023 cada jogador recebeu R$ 131 mil por uma vitória no clássico contra o Al-Nassr. Dinheiro não falta, e essa é justamente a maior arma do clube. Com mais de 400 milhões de euros investidos em reforços em apenas dois anos, os sauditas montaram um time de estrelas, que agora está no caminho do Fluminense nas quartas de final do Mundial.
O Al-Hilal foi um dos quatro clubes que tiveram 75% de suas ações adquiridas pelo Fundo de Investimento Público da Arábia Saudita em 2023, sendo o mais beneficiado por esses recursos. Foram 479,05 milhões de euros (cerca de R$ 3 bilhões) em aquisições, sem contar os salários.

Al-Hilal paga bicho milionário a jogadores após ir às quartas do Mundial; veja valor
Cada atleta da equipe saudita receberá 2 milhões de riais sauditas como prêmio pelo triunfo – cerca de R$ 2,9 milhões na cotação atual
No Brasil, os três times que mais investiram em reforços no mesmo período foram Botafogo, Palmeiras e Flamengo. As contratações desses clubes somam 308,9 milhões de euros (aproximadamente R$ 1,9 bilhão), valor que não chega nem perto do gasto dos sauditas.
O reforço mais caro do Al-Hilal até agora foi Neymar. O clube pagou 90 milhões de euros ao Paris Saint-Germain pelo brasileiro, que atuou apenas sete vezes em uma passagem que durou um ano e meio.
Principais contratações do Al-Hilal (fonte: Transfermarkt):
- Neymar (Brasil): 90 milhões de euros (PSG-FRA)
- Malcom (Brasil): 60 milhões de euros (Zenit-RUS)
- Rúben Neves (Portugal): 55 milhões de euros (Wolverhampton-ING)
- Aleksandar Mitrović (Sérvia): 52,6 milhões de euros (Fulham-ING)
- Sergej Milinković-Savić (Sérvia): 40 milhões de euros (Lazio-ITA)
Os árabes também não economizam na comissão técnica. O português Jorge Jesus comandou a equipe nas últimas duas temporadas, recebendo 12,5 milhões de euros anuais. Após fracassos na liga nacional e na Champions Asiática, os sauditas encerraram seu ciclo com Jesus em maio e apostaram ainda mais alto no substituto. Com um salário de 26 milhões de euros por ano, contrataram o italiano Simone Inzaghi, ex-técnico da vice-campeã europeia Inter de Milão.
Mesmo com a saída de Neymar, jogadores brasileiros continuam sendo maioria entre os dez estrangeiros do elenco. Atualmente, são quatro: o lateral Renan Lodi, o meia Malcom e os atacantes Marcos Leonardo e Kaio César. Recém-recuperado de lesão, Kaio é o único que não tem sido titular no Mundial.
Embora ainda sejam maioria no elenco, os sauditas são poucos entre os titulares. Trata-se, na verdade, de um time internacional, com muitos jogadores experientes na Europa, como o zagueiro Kalidou Koulibaly, da seleção de Senegal e ex-Chelsea; o volante Rúben Neves, da seleção portuguesa e ex-Wolverhampton; o goleiro Bono, da seleção marroquina e ex-Sevilla; e o atacante Aleksandar Mitrović, da seleção sérvia e ex-Fulham. Mitrović é o maior goleador da equipe no ano, mas não joga o Mundial por lesão.
A ausência do sérvio tem sido bem suprida até agora por Marcos Leonardo. O brasileiro tem cumprido bem a função de referência no ataque e é o artilheiro da equipe no torneio, com três gols.
Outra boa notícia para o Fluminense em relação a desfalques é a ausência de Salem Al-Dawsari. O ponta saudita, um dos principais jogadores da equipe, vinha fazendo um bom Mundial, mas se lesionou na vitória sobre o Pachuca-MEX, na última rodada da fase de grupos.
Estilo Inzaghi começa a aparecer
Apesar de ter assumido a equipe há pouco tempo e de enfrentar desfalques, Inzaghi já começa a imprimir sua identidade. O estilo de imposição e pressão alta de Jorge Jesus já não é visto nos jogos do Al-Hilal no Mundial. Sob o comando do italiano, o time tem alternado momentos de pressão alta com períodos em que recua suas linhas de marcação.
Uma das características fortes da Inter de Milão vice-campeã da Champions, as jogadas diretas que pegam a defesa adversária desprevenida, já começam a aparecer — e com eficiência. Foi em jogadas desse tipo que saíram dois dos sete gols da equipe no torneio. Esse certamente será um ponto de atenção para Renato Gaúcho ao preparar a estratégia do Fluminense.
Com a bola, o time já mostrou diferentes formas de atacar. Na fase de grupos, os laterais avançavam junto com os atacantes, criando opções de tabela para Malcom, pela direita, e para Salem Al-Dawsari, pela esquerda. Milinković-Savić é o meia que flutua, ajudando a organizar o ataque. Rúben Neves e Nasser Al-Dawsari se aproximam por trás, e, em determinados momentos, Koulibaly aparece com perigo na área.
Contra o City, porém, a postura foi diferente. Inzaghi segurou os laterais, e o Al-Hilal se posicionou mais recuado. Resta saber qual será a estratégia contra o Fluminense.
O que não mudou em toda a campanha do Al-Hilal é a falta de organização defensiva. É comum as linhas apresentarem desajustes, assim como apagões individuais. Não por acaso, o goleiro Bono tem sido um dos grandes destaques da equipe. Agora, fica a expectativa para o duelo dele contra Germán Cano, Arias e companhia.
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