A sinalização do fim da isenção fiscal para investimentos como debêntures incentivadas, LCIs e LCAs, embutida na Medida Provisória 1303, já altera os preços do mercado de renda fixa. Segundo o Bradesco BBI, o spread médio das debêntures incentivadas com rating AAA fechou a semana passada (16 a 20 de junho) próximo de 0 bps sobre as NTN-Bs – o menor nível registrado desde o começo de 2024.
A pressão decorre da forte demanda por ativos isentos diante da perspectiva de taxação de 5% para novos títulos a partir de 2026. Apesar da baixa visibilidade sobre a tramitação da MP no Congresso, o apetite de investidores aumentou.

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Por outro lado, a casa disse não ter identificado fluxo relevante de aportes em fundos de infraestrutura na mesma janela.
Na semana anterior, os spreads de LCIs e LCAs também haviam recuado aos menores patamares em cerca de um ano e meio.
A leitura do mercado, segundo os analistas, é que os investidores estão antecipando suas estratégias de alocação antes da eventual aprovação da MP, aproveitando as últimas janelas para compor portfólios com ativos isentos. No entanto, especialistas em alocação alertam que correr para garantir isentos a qualquer taxa e risco não é o melhor caminho.
Secundário
A procura por esses papéis no mercado secundário impulsionou a valorização de cerca de um terço (37%) dos títulos atrelados ao IPCA e de quase a metade (47%) dos papéis pós-fixados em CDI.
Em paralelo, o Itaú BBA observou uma leve reabertura (+5,8 bps) dos spreads das debêntures incentivadas no mercado secundário no mesmo período, após um forte fechamento na semana anterior (-13,8 bps). Ainda assim, a média diária de negociação desse tipo de papel ficou elevada, em R$ 934 milhões, o dobro da observada no último ano.
Por outro lado, as debêntures tradicionais, sem isenção, registraram média diária de R$ 1,8 bilhão em negociações, superando o padrão visto até aqui no ano. O volume de emissões também cresceu: foram R$ 2,8 bilhões em novas debêntures e R$ 7,2 bilhões em emissões em fase de bookbuilding, incluindo captações expressivas de empresas como Engie, Eletronorte e Movida.
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