O recuo dos preços do petróleo no mercado internacional deve ser o principal detrator dos resultados das petroleiras juniores no segundo trimestre de 2025 (2T25). No período, o preço médio do barril do brent foi de US$ 66,9, abaixo dos US$ 75 registrados no primeiro trimestre e dos US$ 84,90 no mesmo intervalo de 2024, o que representa uma queda de 21% na base anual.
Nesse cenário, analistas avaliam que a PRIO (PRIO3) e a PetroReconcavo (RECV3) tiveram um segundo trimestre mais desafiador, impactadas pela combinação de preços mais baixos do petróleo e volumes de produção ou vendas menos favoráveis. Já a Brava (BRAV3) tende a se destacar positivamente, sustentada por uma melhora operacional e financeira significativa.
Brava Energia (BRAV3) – 6 de agosto
Apesar da expectativa por um trimestre mais fraco para o setor, o Bradesco BBI projeta um EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 1,35 bilhão, o que representa um aumento de 26% na base trimestral, apoiada pelo crescimento da produção nos ativos offshore. A Brava divulga seus resultados trimestrais na quarta-feira (6).
Além disso, a instituição vê o trimestre como um ponto de virada para a Brava, com fluxo de caixa positivo e redução de alavancagem.
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O time da Genial Investimentos também mantém uma leitura positiva para o desempenho da Brava no 2T25. A corretora vê o período como um momento-chave para a esperada geração de caixa da petrolífera, apoiada pela estabilização da produção do campo de Papa-Terra, pela recuperação do preço do Brent, que chegou a ser negociado próximo de US$ 60 o barril ao longo do trimestre, e pelo investimento estimado em cerca de US$ 450 milhões para 2025.
Segundo projeções apresentadas pela empresa na teleconferência de resultados do 1T25, o endividamento deve encerrar o ano entre 1,7 e 2,3 vezes dívida líquida/EBITDA. Com números projetados acima do consenso de mercado, a Genial espera que a geração de caixa finalmente se materialize neste trimestre. A casa manteve recomendação de compra, sem indicar preço-alvo.
Já a XP Investimentos lembra que a produção total de cerca de 86 mil (boed) aumentou 21% na base trimestral, e a produção de óleo de cerca de 72 mil bpd cresceu 23% na comparação trimestral. Com a produção crescendo mais do que a queda nos preços do petróleo, a corretora acredita que os lucros da Brava se beneficiarão de uma alavancagem operacional significativa.

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A XP prevê uma receita líquida de R$ 3,1 bilhões, EBITDA de R$ 1,349 bilhão e lucro líquido de R$ 1,139 bilhão.
Do lado positivo, a XP acredita que a Brava reduzirá significativamente sua alavancagem até o final de 2025. No entanto, também observa que a alavancagem operacional e financeira da Brava, superior à de seus pares, a torna mais vulnerável aos riscos de preços mais baixos do Brent ou desafios inesperados de produção.
PRIO (PRIO3) – 5 de agosto
Para a PRIO, a projeção do BBI é de queda de 38% no EBITDA, para US$ 276 milhões, devido a menores volumes de vendas e preços mais baixos.
Segundo a XP Investimentos, a PRIO foi pressionada no 2T25 por menores volumes de vendas. A produção no período somou 100 mil bpd, queda de 8% na comparação trimestral, impactada por paradas planejadas no FPSO Frade para preparação do futuro óleo de Wahoo e por uma falha no sistema de compressão de gás na mesma plataforma.
As vendas recuaram ainda mais, caindo 20% na base trimestral. Com isso, a XP projeta retração em toda a demonstração de resultados, com receitas estimadas em US$ 477 milhões, EBITDA ex-IFRS 16 de US$ 287 milhões e lucro líquido de US$ 166 milhões.
Apesar do trimestre mais fraco, a XP mantém visão positiva para a companhia, apostando na recuperação das vendas no 3T25 e no forte crescimento de produção previsto para 2026, impulsionado pelo projeto Wahoo e pela consolidação de participação adicional em Peregrino. A XP reforça que a PRIO segue como sua favorita no setor.
A Genial Investimentos possui uma interpretação neutra dos resultados da empresa nesse trimestre. Excluindo a consolidação da aquisição da fatia de 40% do campo de Peregrino no 1T25, não a casa observa grandes destaques ao longo do 2T25. A recomendação de compra e preço-alvo de R$ 69,50, segue sendo suportada pela entrada operacional do campo de Wahoo e completa consolidação do campo de Peregrino.
PetroReconcavo (RECV3) – 7 de agosto
Em relação à PetroReconcavo, com balanço previsto para quinta-feira (7), a XP avalia que o trimestre foi menos movimentado que o de seus pares independentes, sendo pressionado pela queda do Brent. A produção média se manteve estável. As estimativas apontam para receitas líquidas de R$ 784 milhões, EBITDA de R$ 368 milhões e lucro líquido de R$ 208 milhões, este último beneficiado pela valorização do real.
Para os próximos trimestres, a XP acredita que o foco continuará na retomada do crescimento da produção e na manutenção de uma política disciplinada de alocação de capital e distribuição de dividendos.
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Já o BBI estima EBITDA de R$ 382 milhões, refletindo o recuo do Brent e a produção estável.
A Genial Investimentos, por sua vez, tem uma leitura neutra dos resultados da PetroReconcavo. A empresa encerrou o 2T25 com uma pequena queda na produção em relação aos números apresentado ao longo do 1T25. Sendo assim, não espera grandes surpresas do case nesse trimestre.
A Genial manteve recomendação neutra e preço-alvo de R$ 16,50.
Distribuidoras de combustíveis
Segundo o Bradesco BBI, o segmento de distribuição de combustíveis deve registrar queda nas margens no segundo trimestre de 2025 em comparação aos níveis observados no 1T25, pressionado por perdas de estoque decorrentes da baixa nos preços dos combustíveis no Brasil.
A expectativa é que a Vibra (VBBR3), cujo balanço será divulgado em 11 de agosto, apresente margem de R$ 118/m³, abaixo dos R$ 164/m³ registrados no trimestre anterior. Para a Ipiranga, controlada pela Ultrapar (UGPA3), resultado previsto para 13 de agosto, a estimativa é de R$ 115/m³, frente aos R$ 149/m³ do 1T25.
A Raízen (RAIZ4), também com divulgação em 13 de agosto, deve ser a principal exceção, com previsão de margem estável em R$ 128/m³, refletindo o fim das operações de financiamento com fornecedores.
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