O dólar à vista opera com alta perante o real nesta terça-feira (5), conforme os investidores reagiam à divulgação da ata da mais recente reunião do Banco Central, enquanto também monitoravam os desdobramentos da prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro.
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Dan Kawa, economista e especialista em fundos de investimento, aponta que a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro traz mais ruído de curto-prazo e pode causar volatilidade esporádica.
Contudo, aponta, ajuda a afunilar e começar a definir a corrida eleitoral para presidente em 2026.
“Um cenário eleitoral mais claro, a depender dos candidatos, passados os ruídos de curto-prazo, podem reduzir a incerteza e trazer mais estabilidade a cena política nos próximos 12 meses. De qualquer forma, no curto-prazo, o cenário de juros nos EUA e os fluxos globais devem continuar a se sobrepor nos ativos brasileiros”, avaliou em postagem no X, antigo Twitter.
Qual a cotação do dólar hoje?
Às 12h13, o dólar à vista operava em alta de 0,04%, a R$ 5,508 na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,10%, a R$ 5,560.
Na segunda-feira, o dólar à vista fechou em baixa de 0,69%, a R$5,5070.
O Banco Central fará nesta sessão um leilão de até 35.000 contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 1º de setembro de 2025.

Prisão domiciliar de Bolsonaro traz ruído de curto prazo ao mercado, diz economista
Contudo, aponta Dan Kawa, também ajuda a afunilar e começar a definir a corrida eleitoral para presidente em 2026.

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Índices futuros dos EUA operam mistos
Dólar comercial
- Compra: R$ 5,507
- Venda: R$ 5,508
Dólar turismo
- Compra: R$ 5,549
- Venda: R$ 5,729
O que aconteceu com dólar hoje?
O dólar à vista avançava ante o real, recuperando parte das fortes perdas acumuladas nas duas sessões anteriores e conforme os investidores avaliavam o panorama das tensões diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos depois da prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Diante das perdas recentes, alguns agentes financeiros aproveitavam para ajustar suas posições no mercado de câmbio, o que pressionava a divisa brasileira no pregão.
“O movimento reflete uma correção técnica após a forte queda da véspera. A desaceleração do mercado de trabalho nos EUA aumentou as apostas em uma mudança de postura do Fed, o que tem pressionado o dólar globalmente nos últimos dias”, disse João Duarte, especialista em câmbio da One Investimentos.
As atenções do mercado nacional continuam voltadas para o impasse comercial entre Brasil e EUA, um dia antes da entrada em vigor da tarifa de 50% do presidente Donald Trump sobre produtos brasileiros, em decisão que excluiu da taxa punitiva uma série de exportações.
O governo brasileiro continua buscando uma negociação para que mais produtos sejam isentos da tarifa mais alta, mas sem sucesso até o momento. Na véspera, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a afirmar que o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, demonstrou interesse em marcar uma reunião.
Tornando a situação mais incerta, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou na segunda-feira a prisão domiciliar do ex-presidente Bolsonaro por considerar que houve reincidência do descumprimento de medidas cautelares impostas contra ele.
Quando anunciou a tarifa sobre produtos do Brasil em julho, Trump vinculou a decisão justamente ao tratamento que Bolsonaro vinha recebendo em seu julgamento pelo STF. A prisão do ex-presidente, portanto, gerava receios no mercado de uma reação de Washington.
“Com a agenda econômica internacional mais leve, o câmbio deve seguir oscilando ao ritmo das negociações entre Brasil e EUA. A reação da Casa Branca nas próximas horas será crucial para determinar o rumo do real no restante da semana”, apontou Duarte.
A ata do Copom ressaltou que antecipa uma manutenção da taxa por período bastante prolongado, também pregando cautela diante de incertezas geradas pela tarifa dos EUA sobre produtos brasileiros.
Na avaliação da Ativa Investimentos, a autoridade quis reforçar, assim como no comunicado, que o cenário de Selic contido no Focus é insuficiente para atingir seus objetivos. “Com a perspectiva de estabilidade da taxa básica de juros devido à estratégia explicitada, reafirmamos nossa projeção de que a Selic permanecerá estável por um período suficientemente prolongado, o que, na nossa visão, significa até meados de 2026.”
Já o secretário do Tesouro, Rogério Ceron, participa do 2º Encontro do Centro de Política Fiscal e Orçamento Público (CPFO) às 9h30, no Rio de Janeiro.
(Com Reuters)
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