A Justiça do Rio de Janeiro expediu nesta terça-feira (22) um mandado de prisão preventiva contra o rapper Mauro Davi Nepomuceno, conhecido como Oruam, após o artista se envolver em uma confusão com policiais civis que investigavam um integrante do Comando Vermelho.
O episódio que motivou a prisão aconteceu no Joá, na Zona Oeste da capital fluminense, onde agentes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) cercaram a casa do rapper ao receberem a informação de que ali estaria escondido um adolescente apontado como segurança de um dos chefes da facção. Oruam reagiu à presença da polícia com ofensas e publicou vídeos nas redes sociais chamando os agentes de “covardes”, além de incitar seguidores a cercarem a residência.
Segundo a Polícia Civil, o cantor será indiciado por tráfico de drogas, associação para o tráfico, lesão corporal, resistência qualificada, ameaça, desacato e dano ao patrimônio público. Segundo o delegado Felipe Curi, secretário da Polícia Civil do Rio, o artista tem ligação direta com o Comando Vermelho. “Se havia alguma dúvida se era artista periférico ou marginal, está claro: trata-se de um criminoso faccionado”, afirmou Curi à TV Globo.
Ligação com o CV
Oruam é filho de Marcinho VP, um dos líderes históricos do Comando Vermelho, preso desde 1996 por tráfico e homicídios. O rapper não esconde sua conexão com o pai e a facção: já subiu ao palco do Lollapalooza com uma camiseta pedindo “Liberdade para Marcinho VP” e tem tatuado no corpo o nome de Elias Maluco, condenado pelo assassinato do jornalista Tim Lopes.
A relação com o crime organizado se entrelaça à imagem que o artista construiu, especialmente entre o público jovem. Com hits que dominaram as plataformas de streaming, Oruam circula entre os maiores nomes do trap e do funk no Brasil — incluindo MC Daniel, Orochi, Chefin e MC Cabelinho.
Fora dos palcos, ostenta uma vida de luxo: diz ter gasto R$ 8 milhões em uma boate na Espanha e exibe nas redes sociais carros como Porsche Carrera 911, Audi TT RS e um gato Savannah F1 de R$ 120 mil.
Confusão e fuga
A operação da DRE aconteceu após o monitoramento do menor conhecido como “Menor Piu”, acusado de diversos roubos e de atuar como segurança pessoal de “Doca”, um dos chefes do CV.
Durante a ação, Oruam jogou pedras nos policiais, insultou o delegado Moyses Santana e tentou impedir a apreensão do adolescente, que conseguiu fugir após a confusão. Depois, o rapper teria fugido para o Complexo da Penha e gravado vídeos desafiando as autoridades: “Quero ver vir aqui me pegar”.
Em novo vídeo, Oruam se disse perseguido: “Eles vão querer prender nós porque nós é filho de bandido”. O delegado Felipe Curi, porém, afirma que a gravação comprova a participação direta do rapper em ações que atrapalharam uma operação legal. “Ele confessou ao se declarar filho do Marcinho VP e desafiar o Estado. Não é um artista. É um marginal da pior espécie”, declarou.
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