O UBS Wealth Management (UBS WM) avalia que, embora a taxa de câmbio brasileira esteja atualmente desvalorizada, existe espaço relevante para valorização do real caso o país avance na consolidação fiscal.
A instituição lembra que fatores externos, como a recente ameaça dos Estados Unidos de aplicar tarifas de 50% ao Brasil, mostram o quanto o câmbio é influenciado por uma combinação complexa de vetores, tornando qualquer projeção desafiadora.

Dólar hoje sobe com aumento das tensões entre os Poderes após retomada do IOF
Mercado também segue de olho na resposta do Brasil à ameaça do presidente dos Estados Unidos

IOF: veja como ficam as novas alíquotas após decisão de Moraes
Ministro Alexandre de Moraes manteve a maior parte do decreto presidencial que elevou o IOF, mas excluiu operações de risco sacado da cobrança
Segundo a análise, dois fatores continuam sendo determinantes para o comportamento das moedas emergentes: o ambiente externo — refletido na dinâmica do dólar global — e o cenário fiscal doméstico.
Em seus modelos, o UBS WM estima que o “preço justo” do real, ao considerar variáveis externas e internas, seria de R$ 5,28 por dólar. Já em um segundo modelo, que considera apenas fatores globais como dólar, commodities, juros e risco, o real poderia estar cotado a R$ 4,30 — sugerindo que a maior parte da depreciação atual se deve a fatores domésticos e ao prêmio de risco fiscal.
O banco ressalta que, apesar da valorização recente da moeda brasileira, esse movimento tem sido impulsionado majoritariamente por fatores externos, como o enfraquecimento global do dólar e a resiliência dos preços das commodities. O cenário interno, por outro lado, ainda é marcado por incertezas em torno do ajuste das contas públicas, especialmente diante da disputa entre os Poderes em relação aos orçamentos de 2025 e 2026.
Para o UBS WM, uma sinalização clara de compromisso fiscal por parte do governo poderia levar a um “re-rating” da moeda brasileira, fenômeno que já foi observado em outros momentos da história recente, como entre 2003 e 2008 e novamente entre 2015 e 2017. Em ambos os casos, o real se valorizou fortemente, tanto em termos nominais quanto reais, à medida que o mercado reagia à perspectiva de melhora fiscal.
A instituição lembra ainda que, mesmo com a valorização parcial em 2025, o real segue cerca de 20% abaixo da média histórica desde 1994, considerando o câmbio real efetivo (REER). Entre os emergentes, apenas Argentina e Turquia apresentam níveis de depreciação mais acentuados, o que reforça o argumento de que há espaço para valorização adicional, caso o risco fiscal seja reduzido de forma estrutural.
The post Dólar a R$ 4,30? Qual seria câmbio justo em cenário de melhora fiscal, segundo UBS WM appeared first on InfoMoney.
Leave a Reply