Thomas Müller, um dos principais nomes do futebol alemão, voltou a usar o humor ácido para expor a preocupação com os valores que circulam no mercado da bola. Questionado pela emissora americana CBS sobre os € 150 milhões pagos pelo Liverpool para comprar o meia Florian Wirtz do Bayer Leverkusen, o atacante resumiu: “O que são € 150 milhões? É surreal. Você não compra o Neymar, mas consegue plantar muitas árvores”.
O comentário veio na esteira do anúncio de que Wirtz, de 22 anos, assinou um contrato que pode chegar aos € 150 milhões caso todas as metas de desempenho sejam cumpridas.
O montante transforma o meia na contratação mais cara da centenária história do Liverpool, superando os € 135 milhões pagos por Darwin Núñez em 2022, e reforça a tendência de recordes sucessivos em cada janela de verão europeia.
Para Müller, porém, os números perderam a conexão com a realidade. “Como medir o que significam €150 milhões? É apenas um número entre clubes”, afirmou o atacante, que destacou o contraste entre a inflação das transferências e a utilidade de quantias similares em causas sociais. O veterano ironizou que, com o valor, “não dá para ter o Neymar, mas dá para fazer muitas coisas muito boas”.
Apesar da crítica, o alemão não economizou elogios ao compatriota. Segundo Müller, Wirtz “encaixa em qualquer lugar”, tanto pela qualidade técnica quanto pela força mental demonstrada desde a adolescência. “Estamos acostumados a grandes transferências, mas as expectativas em torno dele serão ainda maiores”, disse, prevendo pressão imediata na Premier League.
Prestes a deixar o Bayern de Munique após o Mundial de Clubes, Müller também atrai interesse da MLS — o Cincinnati já admitiu negociações — e aproveitou o debate para apontar que a bolha financeira pode afetar jogadores em diferentes estágios da carreira. “Precisamos manter os pés no chão”, concluiu. Para o mercado, no entanto, a tendência é seguir no sentido contrário.
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