Há dois consensos dentro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central: a percepção de que a taxa básica de juros, a Selic, está em nível restritivo; e a de que o módulo restritivo tem que ser maior e por período mais prolongado. A declaração foi feita pelo diretor de Política Monetária do Banco Central, Nilton David, na 17ª Brazil Equity Conference, evento do Citi em São Paulo.
Segundo Nilton, a desancoragem das expectativas de inflação tem relação com o nível de incerteza atual. “Para mudar o cenário, é mais custoso. Pode ser que amanhã volte a ser um cenário um pouco diferente. Acho que é natural que aumente um pouco a inércia de fazer alterações no cenário”, disse.

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O diretor do BC também menciona que um paper (estudo) divulgado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) em abril mostra que países que têm inflações elevadas por um período prolongado de tempo acabam tendo expectativas de inflação mais “backward looking” – ou seja, de que a inflação corrente tem um peso relevante para a expectativa de inflação futura.
Neste caso, o processo de trazer a inflação para a meta é mais custoso e demorado, segundo o FMI, e isso se alinha com a comunicação do Copom de uma taxa de juros mais restritiva do que o usual por um período mais prolongado também, avalia Nilton.
Ele também disse que o estudo do FMI exemplifica que um país com modelo backward looking é o Brasil, enquanto o forward looking – quando a inflação passada não interfere tanto na futura – seria o dos Estados Unidos.
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