A reflexão sobre o papel estratégico da comunicação em um cenário mundial marcado por rupturas e incertezas esteve no centro dos debates do Aberje Trends 2025. Durante a abertura do evento, Hamilton dos Santos, diretor executivo da Aberje, provocou a plateia lotada no Teatro Bravos, nesta quinta-feira (26), em São Paulo, com o tema que guiou os painéis sobre “qual o papel da comunicação diante da nova desordem mundial?
Segundo Santos, vivemos um momento de transformações simultâneas e interconectadas que afetam diretamente a governança das empresas e o cotidiano das organizações. “Enfrentamos quatro grandes vetores de crise: as inovações tecnológicas, as reconfigurações políticas, a emergência climática e as mudanças comportamentais que decorrem desses fatores”, afirmou. Para ele, os comunicadores têm um papel crucial como “engenheiros simbólicos de uma nova ordem possível.”

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A ascensão da inteligência artificial foi apontada como um divisor de águas para a comunicação corporativa. Santos citou o conceito de “Cracolândia digital”, do economista Eduardo Gianetti, para alertar sobre a expansão das fake news, da desinformação e das bolhas cognitivas. Ainda assim, vê esperança na ação crítica e qualificada dos profissionais da área diante desse cenário.
“Nessa desordem mundial o comunicador deve se tornar cada vez mais um cientista de narrativas que organiza tudo no tempo e espaço”, disse o professor Paulo Nassar, diretor-presidente da Aberje e docente da ECA-USP.
Para Malu Weber, presidente do Conselho Deliberativo da Aberje, nesse cenário a comunicação é parte da solução. “Nossa responsabilidade é construir pontes entre realidades complexas e o sentido coletivo.”
Comunicação em dados
Durante sua apresentação, Santos também compartilhou dados que evidenciam a relevância da Aberje como articuladora do setor. Atualmente, a entidade reúne 1.007 empresas associadas em 54 setores, mobilizando uma comunidade de mais de 10 mil profissionais — 71% deles mulheres. Em 2024, o ecossistema da associação movimentou R$ 31,8 bilhões, com projeção de R$ 32 bilhões para 2025.
Uma pesquisa interna apontou que o principal desafio enfrentado pela área de comunicação é a demanda crescente por dados e mensuração de resultados. Já a comunicação interna aparece como a disciplina que mais avança, e a habilidade mais exigida dos profissionais é a capacidade de adaptação tecnológica.
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