Os juros dos títulos públicos indexados à inflação voltam a operar em alta nesta segunda-feira (26), ainda refletindo a maior percepção de risco fiscal após a mudança nas regras do IOF anunciada na última quinta-feira (22), com o recuo do governo a respeito de parte da medida, e a expectativa pela adoção de uma compensação, a ser definida ainda nesta semana.
Destaque para o título mais longo, que costuma ser mais afetado pela política fiscal. O Tesouro IPCA+ 2050, que vinha em queda na última semana, volta a embicar para cima e vai a 6,97% ao ano de juro real, ameaçando recuperar o patamar de 7% que havia sido perdido no dia 8 de maio.
O Tesouro IPCA+ com vencimento em 2029 pagava 7,41% de juro real na atualização de 9h32, contra 7,39% na sexta, e 7,96% no pico do ano, em 2 de abril, dia em que Donald Trump anunciou as chamadas “tarifas recíprocas”. Já o papel de 2040 operava perto da estabilidade na comparação com a sessão de sexta, pagando 7,04% ao ano além do IPCA.
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Alta também na remuneração dos papeis prefixados, com dois vencimentos agora com remuneração acima dos 14% ao ano: o com vencimento em 2032, com 14,03%; e de 2035 com juros semestrais, que oferece 14,16% anuais. O pré de 2028 paga 13,56%.
Os juros locais voltam a operar em descompasso com os EUA, onde os títulos soberanos operam com taxas em ligeira queda nesta segunda, na esteira do alívio nos mercados após Donald Trump adiar até 9 de julho a aplicação de tarifa de 50% sobre produtos da União Europeia. Na bolsa de derivativos de Chicago CME, o papel de 10 anos é negociado com juro em queda de 0,01%, em dia de feriado nos EUA.
Agentes do mercado brasileiro também digerem as novas projeções apontadas no boletim Focus do Banco Central, que mostrou aposta no pico da alta da Selic nos atuais 14,75% ao ano, porém em crescimento ainda maior do PIB. Os analistas também reduziram as projeções para o dólar.
Confira as taxas dos títulos do Tesouro Direto às 9h32 desta segunda-feira (26):
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